Reequipamento dos Parques Eólicos em Portugal – Repowering

O reequipamento dos parques eólicos em Portugal, também conhecido como repowering, desempenha um papel crucial na maximização da eficiência e sustentabilidade do setor energético.

Os reequipamentos dos parques eólicos em Portugal têm um papel essencial para o cumprimento das metas de descarbonização estabelecidas até 2030 e 2050. O reequipamento, que envolve a substituição de aerogeradores antigos por tecnologia mais eficiente, permite aumentar a capacidade de produção de energia sem necessidade de ocupar novas áreas, promovendo a otimização dos recursos existentes.

De acordo com o Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC), Portugal pretende alcançar 10.400 MW de potência instalada até 2030, um aumento significativo em relação aos atuais 5.896 MW. Este crescimento é necessário para cumprir os objetivos de transição energética e redução de emissões de gases de efeito estufa, alinhados com o Acordo de Paris e a neutralidade carbónica até 2050. O Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Industrial (INEGI) realça que os projetos de reequipamento e sobre equipamento serão cruciais para atingir estas metas sem a estagnação que ocorreu em anos anteriores. 

Além dos benefícios ambientais, o setor eólico contribui para o desenvolvimento económico e social, através da criação de empregos qualificados e bem remunerados, tanto na fase de construção quanto na operação dos parques. Os reequipamentos também minimizam impactos ambientais, ao reduzir a necessidade de novos locais para parques eólicos, preservando ecossistemas terrestres e marítimos.

Portugal tem demonstrado compromisso com a implementação de tecnologias eólicas avançadas, incluindo projetos offshore, que complementam as iniciativas de reequipamento em terra. Estes esforços são fundamentais para uma transição energética eficaz e sustentável.

Reequipamento

Com o envelhecimento de algumas infraestruturas eólicas instaladas nas últimas décadas, o reequipamento emerge como uma solução estratégica. A seguir, destacam-se os principais aspetos e benefícios dessa prática:

Modernização Tecnológica

  • Substituição de Turbinas Antigas: Muitas turbinas instaladas nos anos 2000 têm capacidade e eficiência inferiores às tecnologias mais recentes. O reequipamento permite substituir as turbinas antigas por unidades mais potentes e eficientes. 
  • Maior Produção com Menos Turbinas: As novas turbinas têm maior potência unitária e eficiência energética, o que permite produzir mais eletricidade utilizando menos unidades, reduzindo a ocupação do espaço físico. 

Aumento da Capacidade Produtiva

  • Com as tecnologias mais modernas, os parques eólicos podem aumentar substancialmente a produção de energia sem necessidade de expandir geograficamente.
  • Exemplo: Substituir turbinas de 1 MW por modelos de 3-5 MW pode triplicar a capacidade instalada num mesmo local. 

Redução de Custos e Melhoria da Rentabilidade

  • Custos de Manutenção: As turbinas mais antigas exigem manutenção frequente, resultando em custos elevados. O reequipamento reduz esses encargos operacionais.
  • Aproveitamento da Infraestrutura Existente: Ao invés de criar novos parques, aproveita-se a infraestrutura já instalada (redes elétricas, fundações e acesso), reduzindo investimentos em novas construções. 

 

Sustentabilidade Ambiental 

  • Impacto Menor: Reequipar parques existentes minimiza a necessidade de intervenção em áreas novas, evitando impactos ambientais adicionais.
  • Redução das Emissões de CO₂: A modernização das turbinas amplia a capacidade de produção de energia limpa, contribuindo para as metas de descarbonização. 

 

Contribuição para as Metas Energéticas

  • Portugal tem metas ambiciosas no âmbito da neutralidade carbónica até 2050 e do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) 2030, que preveem um aumento da capacidade renovável instalada.
  • O reequipamento dos parques eólicos é uma forma eficaz e relativamente rápida de contribuir para o crescimento das energias renováveis, ajudando a atingir esses objetivos.
Desafios Associados ao Reequipamento
  • Licenciamento: Embora o reequipamento seja menos burocrático do que um novo parque, a atualização de turbinas pode enfrentar desafios legais e administrativos.
  • Impacto Visual e Social: A instalação de turbinas maiores pode suscitar preocupações junto das comunidades locais, especialmente em termos de ruído ou impacto paisagístico.
  • Financiamento: Apesar dos benefícios a longo prazo, o investimento inicial necessário para modernizar os parques pode ser significativo.
Exemplo Prático em Portugal

Portugal possui um dos parques eólicos mais antigos da Europa, com muitos ativos que têm mais de 15 anos. Parques como os situados no norte do país, onde os ventos são constantes e favoráveis, são candidatos ideais para reequipamento, pois é possível triplicar a capacidade com menos turbinas.

A aposta no repowering permitirá que o país reforce a sua posição como líder em energias renováveis, ao mesmo tempo que melhora a eficiência energética e acelera a transição para um futuro mais sustentável.

Em resumo, o reequipamento dos parques eólicos é uma solução estratégica que combina ganhos ambientais, económicos e tecnológicos, alinhando-se com os compromissos de Portugal na transição energética e no combate às alterações climáticas.

Imagem de destaque: Freepik.

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