O Parque Natural do Alvão é uma área protegida localizada no norte de Portugal, abrangendo territórios dos concelhos de Mondim de Basto e Vila Real. Situa-se na transição entre o maciço montanhoso do Marão e as zonas mais suaves do Alvão, com altitudes que variam entre os 260 e os 1339 metros.
Embora o Parque Natural do Alvão tenha sido criado em 1983 para preservar a riqueza natural e cultural da região, mais recentemente parte do seu território passou também a integrar a ZEC Alvão/Marão (designada formalmente pelo Decreto-Lei n.º 28/2025), reforçando a sua proteção ao nível europeu pela Rede Natura 2000.
Principais características
Habitat: Matos, bosques de carvalhos, prados húmidos e linhas de água bem preservadas.
Fauna emblemática:
- Lobo-ibérico (Canis lupus signatus)
- Lontra (Lutra lutra)
- Morcegos cavernícolas
- Águia-real (Aquila chrysaetos)
Flora característica:
- Carvalhais autóctones (Carvalho-negral e Carvalho-alvarinho)
- Espécies raras de plantas adaptadas aos solos siliciosos e às altitudes.
Paisagem:
- Grande diversidade de formas — montanhas escarpadas, vales profundos e planaltos.
- Destaque para a famosa Cascata de Fisgas de Ermelo, uma das maiores da Europa.
Conservação e gestão
Objetivos principais:
- Manter a integridade ecológica dos habitats.
- Promover o desenvolvimento sustentável das comunidades locais.
- Regular atividades humanas como agricultura, silvicultura e turismo para compatibilizar com a conservação.
Plano de Gestão da ZEC Alvão/Marão:
Impõe restrições a atividades com impacto significativo, como a mineração e novas construções em solo rústico.
Incentiva boas práticas agrícolas e florestais tradicionais.
Linha do Tempo – Parque Natural do Alvão/Marão
• 1983
→ Criação do Parque Natural do Alvão através do Decreto-Lei n.º 237/83, com o objetivo de preservar a paisagem natural, os habitats e o património cultural tradicional da região de Mondim de Basto e Vila Real.
• 1990-2000
→ Estudos ecológicos e botânicos identificam a importância da área para espécies como o lobo-ibérico e a lontra, reforçando o seu valor para a conservação da biodiversidade em Portugal.
• 2000
→ A zona é proposta para integrar a Rede Natura 2000 ao abrigo da Diretiva Habitats, como Sítio de Importância Comunitária (SIC) “Alvão/Marão”.
• 2025
→ Publicação do Decreto-Lei n.º 28/2025:
Formaliza a designação da ZEC Alvão/Marão (PTCON0003).
Reforça medidas de conservação e impõe restrições a atividades que possam afetar habitats e espécies.
• 2025 (março)
→ Aprovado o Plano de Gestão da ZEC Alvão/Marão (Portaria n.º 135/2025/1), definindo ações concretas para a gestão sustentável da área.
Conclusão
O Parque Natural do Alvão, agora também classificado como Zona Especial de Conservação (ZEC Alvão/Marão), é um dos pilares da proteção da natureza em Portugal. A sua paisagem montanhosa, os habitats raros e a presença de espécies emblemáticas como o lobo-ibérico e a lontra tornam esta área essencial para a biodiversidade tanto nacional quanto europeia.
A criação da ZEC em 2025 fortaleceu o compromisso de Portugal com a preservação ambiental, estabelecendo diretrizes claras para a gestão do território e promovendo um equilíbrio entre a conservação e as atividades humanas. O Parque Natural do Alvão/Marão é, portanto, um exemplo de como a salvaguarda da natureza pode coexistir harmoniosamente com o desenvolvimento sustentável e a valorização do património local.
A proteção deste espaço é fundamental não só para a fauna e flora, mas também para o bem-estar das comunidades que nele vivem e para as gerações futuras.
Imagem de destaque: freepik.
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