Consulta pública – primeira metodologia do Mercado Voluntário de Carbono

A primeira metodologia do Mercado Voluntário de Carbono (MVC) em Portugal encontra-se em processo de consulta pública, com previsão de lançamento no segundo semestre de 2025. Esta metodologia, centrada em projetos florestais, visa estabelecer critérios claros para a quantificação e verificação de reduções de emissões ou captura de carbono, assegurando a integridade ambiental e a confiança dos participantes no mercado.

As reduções de emissões indica a diminuição da quantidade de CO₂ e outros gases com efeito de estufa libertados na atmosfera. Isso pode ser alcançado através da transição para fontes de energia renováveis, melhorando a eficiência energética, reduzindo o consumo de combustíveis fósseis e adotando práticas mais sustentáveis.

A captura de carbono diz respeito à extração e guarda de carbono da atmosfera através de métodos naturais ou tecnológicos. Os projetos mais frequentes neste âmbito são os projetos florestais, nos quais:

  • As árvores absorvem CO₂ por meio da fotossíntese;
  • Este carbono fica retido na biomassa e no solo;
  • Podem ainda envolver ações como a recuperação de ecossistemas, reflorestação ou uma gestão florestal que seja sustentável.

 

Objetivo da Metodologia

A metodologia em desenvolvimento tem como foco principal projetos de reduções de emissões, reconhecendo o papel crucial das florestas na mitigação das alterações climáticas. Além disso, procura promover a biodiversidade e a resiliência dos ecossistemas florestais, alinhando-se com as metas nacionais de sustentabilidade.

A abordagem em elaboração concentra-se essencialmente em iniciativas de captura de carbono através do reflorestamento, valorizando a importância fundamental das áreas florestais na diminuição dos efeitos das mudanças climáticas. Adicionalmente, visa estimular a preservação da biodiversidade e fortalecer a capacidade de resistência dos ecossistemas florestais, alinhando-se com os objetivos nacionais de desenvolvimento sustentável.

 

Estrutura do conteúdo

As metodologias do MVC devem incluir:

  • Critérios de elegibilidade e critérios de avaliação da adicionalidade do projeto.
  • Métodos para quantificar as reduções de emissões ou a captura de carbono, tanto antecipadamente quanto posteriormente à implementação.
  • Estabelecimento do período de duração do projeto e a possibilidade da sua renovação.
  • Identificação e estratégias para mitigar riscos, incluindo casos de reversão das emissões.
  • Requisitos relativos à monitorização, relato e verificação, acompanhados de planos e relatórios específicos.
  • Análise das externalidades e definição de indicadores que avaliem o desempenho

 

Processo de aprovação

A Comissão Técnica de Acompanhamento (CTA), coordenada pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), é responsável pelo desenvolvimento e avaliação das metodologias. Após a elaboração, as metodologias são submetidas a consulta pública, permitindo a participação de todas as partes interessadas. A aprovação final é realizada pela APA, em articulação com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e, quando aplicável, com a Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM).

 

Participação Pública 

A consulta pública é uma etapa fundamental para garantir a transparência e a inclusão no processo de desenvolvimento do MVC. Todas as partes interessadas, incluindo empresas, organizações não governamentais e cidadãos, são encorajadas a participar, contribuindo com comentários e sugestões que possam aprimorar a metodologia proposta.

 

Próximos passos

Espera-se que a plataforma de registo do MVC, desenvolvida pela ADENE – Agência para a Energia, esteja operacional no segundo semestre de 2025. Esta plataforma permitirá o registo de projetos, a emissão de créditos de carbono e a realização de transações, consolidando o funcionamento do mercado

Para mais informações e para acompanhar o processo de consulta pública, visite o site oficial do Mercado Voluntário de Carbono: mvcarbono.pt.

Fontes: mvcarbono; startsimple; APA; ICNF; DGRM; ADENE.

Imagem de destaque: freepik.

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