Barragens Portuguesas: Quantas Existem e Para Que Servem?

Em Portugal existem diferentes tipos de barragens, desde grandes estruturas para produção energética até pequenas instalações para regadio ou retenção hidrográfica.

As barragens podem ser agrupadas em duas grandes categorias. As grandes barragens, em número aproximado de 260, são estruturas de maior porte, geralmente com mais de 15 metros de altura ou com capacidade de armazenamento superior a 1 hectómetro cúbico (hm³). Estas barragens são fundamentais para a produção de energia hidroelétrica, o abastecimento de água potável, a rega em larga escala e o controlo de cheias.

Por outro lado, existem mais de 8.000 pequenas barragens e barreiras hidráulicas, que incluem açudes, retenções para irrigação local, charcas agrícolas e estruturas de pequena dimensão. Estas são sobretudo utilizadas em zonas rurais para fins agrícolas, abastecimento limitado ou gestão de recursos hídricos a nível local. Embora não tenham a mesma visibilidade ou impacto energético das grandes barragens, desempenham um papel crucial na gestão hídrica regional, preservação de ecossistemas e no apoio à agricultura de proximidade. Estas estruturas menores são amplamente utilizadas na agricultura de regadio, no armazenamento de água para consumo animal, na prevenção da erosão e até em fins paisagísticos ou recreativos.

Este elevado número de infraestruturas demonstra a importância estratégica da água em Portugal, um país com períodos frequentes de seca e uma dependência significativa de recursos hídricos para o desenvolvimento agrícola, urbano e energético. O conjunto das barragens – grandes e pequenas – constitui uma rede essencial para a segurança hídrica, resiliência climática e transição energética.

Classificação oficial das barragens em Portugal

Em Portugal, as barragens são classificadas segundo critérios estabelecidos principalmente com base na sua altura e na capacidade do reservatório que formam. Esta classificação é fundamental para a gestão, fiscalização e segurança destas infraestruturas.

As grandes barragens são aquelas que apresentam uma altura superior a 15 metros, ou que possuem um reservatório com capacidade igual ou superior a 1 hectómetro cúbico (hm³), o que corresponde a um milhão de metros cúbicos de água. Estas barragens desempenham um papel crucial em múltiplas funções, como a produção de energia hidroelétrica, abastecimento de água, regadio em larga escala e controlo de cheias, exigindo rigorosos planos de manutenção e segurança devido ao seu impacto potencial em caso de falha.

Já as barragens médias têm alturas entre 5 e 15 metros, ou reservatórios cuja capacidade varia entre 0,1 hm³ e 1 hm³. Embora de menor dimensão, estas estruturas ainda são importantes para o armazenamento e gestão de água a nível regional ou local, com regras específicas que garantem a sua integridade e operação segura.

Por fim, as pequenas barragens são aquelas com altura inferior a 5 metros e capacidade de reservatório abaixo de 0,1 hm³. Estas são muito comuns em áreas rurais e agrícolas, servindo principalmente para rega local, consumo animal ou pequenas reservas de água. Apesar da sua dimensão reduzida, também requerem cuidados adequados para evitar riscos ambientais ou sociais.

Esta classificação oficial orienta as políticas públicas e a legislação portuguesa, garantindo que cada barragem seja gerida segundo a sua dimensão e importância, promovendo a segurança das populações e a sustentabilidade dos recursos hídricos.

 

Importância da definição

Estas classificações são fundamentais para:

  • Definir normas de segurança específicas, já que barragens maiores requerem fiscalização e manutenção mais rigorosas.
  • Regulamentar os planos de emergência e a gestão de riscos em caso de rotura.
  • Estabelecer prioridades na investigação, financiamento e política hídrica.

 

Funções das barragens por tipo

Grandes barragens:
Pequenas e médias barragens:
  • Irrigação agrícola local
  • Consumo animal e exploração rural
  • Criação de charcas para biodiversidade
  • Reservas em períodos de seca
  • Lazer, pesca e atividades recreativas

 

Pequenas barragens e barreiras hidráulicas – Destaques nacionais
🔸 Barragem da Bravura (Lagos, Algarve)

Embora de dimensão moderada, é considerada uma das principais pequenas barragens do sul. Fornece água para regadio e consumo urbano, mas é frequentemente afetada por escassez hídrica.

🔸 Barragem do Pego do Altar (Alcácer do Sal, Alentejo)

Utilizada principalmente para rega e gestão de caudais no rio Xarrama. Conhecida também pelas atividades recreativas e pelo enquadramento natural.

🔸 Barragem do Roxo (Aljustrel/Beja)

Parte de um sistema de regadio importante do Alentejo. Apesar de ter média dimensão, está frequentemente incluída em listas de barragens complementares ao sistema do Alqueva.

🔸 Açude da Murteira (Évora)

Pequena barreira utilizada para armazenamento de água e suporte agrícola. Típico exemplo de infraestruturas discretas mas essenciais em zonas semiáridas.

🔸 Barragem de Odeleite (Castro Marim, Algarve)

Embora seja considerada de média dimensão, está entre as mais relevantes do Algarve para abastecimento de água a populações locais e turismo.

🔸 Pequenas barragens do Douro Interior (Freixo de Espada à Cinta, Mogadouro, Miranda do Douro)

Muitas destas estruturas menores são construídas para regadio e retenção de água em zonas agrícolas montanhosas, com importante papel local mas pouca visibilidade nacional.

🔸 Açudes de Beja e Serpa

Conjunto de pequenas barragens agrícolas que integram o sistema de aproveitamento hidroagrícola do Alentejo. São fundamentais para explorações agrícolas familiares.

Estas estruturas menores, ainda que não sejam grandes obras de engenharia como Alqueva ou Cabril, têm um impacto profundo na agricultura de proximidade, resiliência climática e sustentabilidade hídrica local.

 Conclusão

Portugal dispõe de uma vasta e diversificada rede de barragens, que abrange desde grandes estruturas essenciais para a produção de energia, abastecimento urbano e rega em larga escala, até pequenas barragens locais que sustentam a agricultura familiar e a gestão hídrica regional. A classificação oficial, baseada na altura e capacidade de armazenamento, permite garantir a segurança e a sustentabilidade destes recursos vitais, adaptando a gestão às necessidades e riscos de cada tipo de barragem.

A distribuição regional das barragens reflete as diferentes realidades climáticas e socioeconómicas do país, destacando a importância estratégica destas infraestruturas para a resiliência face às alterações climáticas e para o desenvolvimento sustentável das comunidades. Assim, as barragens continuam a ser peças fundamentais na segurança hídrica, no equilíbrio ambiental e no crescimento económico de Portugal.

Fontes: barragens; startsimple; DR; EDP; EPAL; agricultura.

Imagem de destaque: Freepik.

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