O Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca é celebrado anualmente em 17 de junho. Essa data foi estabelecida pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1994, com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a desertificação, a degradação do solo e a seca, além de promover a implementação da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD).
A UNCCD é um tratado internacional estabelecido para enfrentar os desafios da desertificação, degradação do solo e seca, e para promover o desenvolvimento sustentável nas regiões afetadas. Foi adotada em 17 de junho de 1994 e entrou em vigor em 26 de dezembro de 1996. Atualmente possui 197 partes signatárias, incluindo quase todos os países do mundo.
Fonte: UNCCD
A desertificação e a seca têm impactos profundos no meio ambiente, na segurança alimentar, na saúde e na economia. Estes contribuem para a perda de biodiversidade, a migração forçada, a pobreza e os conflitos. Portanto, combater esses fenómenos é essencial para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente aqueles relacionados à vida terrestre (ODS 15), água potável e saneamento (ODS 6), e ação contra a mudança global do clima (ODS 13).
Objetivos da UNCCD
Prevenir a Desertificação e a Degradação do Solo:
Promover práticas sustentáveis de utilização da terra para prevenir a degradação do solo.
Mitigar os Efeitos da Seca:
Desenvolver e implementar estratégias para mitigar os impactos da seca em comunidades vulneráveis.
Promover a Recuperação de Terras Degradadas:
Implementar programas de restauração para recuperar ecossistemas e terras degradadas.
Apoiar a Sustentabilidade das Comunidades Afetadas:
Fortalecer a resiliência das comunidades rurais através de iniciativas de desenvolvimento sustentável.
Ao participar das atividades do Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca, indivíduos e comunidades podem ajudar a promover a sustentabilidade ambiental e a resiliência frente aos desafios climáticos.
Objetivos do Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca:
Aumentar a Conscientização: Informar o público e os tomadores de decisão sobre os riscos e consequências da desertificação e da seca.
Promover Ações: Incentivar a implementação de políticas e práticas sustentáveis de manejo da terra e da água.
Destacar Soluções: Compartilhar exemplos de práticas de gestão da terra e da água que têm sido bem-sucedidas na prevenção e mitigação da desertificação e da seca.
Fomentar a Colaboração: Estimular a cooperação entre governos, organizações não- governamentais, cientistas, comunidades locais e outros stakeholders.
A cada ano, o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca tem um tema. Tendo sido o tema de 2023: “Os Direitos das Mulheres pela Posse da Terra”, o tema de 2024 é: “O nosso legado. O nosso futuro“.
Assim, cabe um tema específico que destaca diferentes aspetos do problema. As atividades incluem:
Eventos Educativos: Workshops, seminários, palestras e campanhas de conscientização para educar o público sobre a importância de combater a desertificação e a seca.
Projetos Comunitários: Iniciativas locais que envolvem a comunidade na implementação de práticas sustentáveis de uso da terra e da água.
Campanhas de redes sociais: Utilização de redes sociais, artigos de opinião, documentários e outras formas de comunicação para disseminar informações e mobilizar a sociedade.
Parcerias Globais: Cooperação internacional e parcerias para financiar e implementar projetos de combate à desertificação e à seca.
Impactos
A desertificação e a seca são problemas ambientais graves que têm impactos profundos e de longo alcance em várias áreas cruciais da vida humana e ambiental. Abaixo encontram-se alguns dos principais impactos:
- Perda de Biodiversidade: A desertificação destrói habitats naturais, levando à extinção de espécies de plantas e animais que dependem desses ecossistemas.
- Erosão do Solo: A degradação do solo reduz a sua capacidade de reter água e nutrientes, exacerbando a erosão e a infertilidade.
- Degradação dos Recursos Hídricos: A redução da vegetação e a erosão aumentam o escoamento superficial, diminuindo a recarga de aquíferos e a qualidade da água.
- Mudanças Climáticas Locais: A perda de vegetação e a alteração do uso da terra podem influenciar o microclima, aumentando a aridez local.
Segurança Alimentar:
- Redução da Produtividade Agrícola: A degradação do solo e a falta de água diminuem a capacidade de produção agrícola, levando a uma menor disponibilidade de alimentos.
- Perda de Culturas Tradicionais: Áreas afetadas pela desertificação muitas vezes perdem a capacidade de cultivar culturas tradicionais, afetando a dieta e a cultura local.
- Aumento da Vulnerabilidade: Comunidades rurais dependentes da agricultura são particularmente vulneráveis à insegurança alimentar devido à redução da produtividade.
Saúde:
- Fome e Desnutrição: A diminuição na produção de alimentos pode levar a casos de fome e desnutrição, especialmente em comunidades já vulneráveis.
- Doenças Relacionadas à Água: A escassez de água potável aumenta o risco de doenças transmitidas pela água, como a cólera.
- Problemas Respiratórios: A poeira e as partículas transportadas pelo vento de áreas desertificadas podem causar problemas respiratórios, como a asma.
Economia:
- Deslocamento e Migração: A perda de terras produtivas pode levar à migração forçada, criando pressão sobre áreas urbanas e contribuindo para conflitos sociais.
- Redução da Renda: Agricultores e pastores sofrem perdas de renda devido à diminuição da produtividade agrícola e pecuária.
- Aumento dos Custos: Os governos enfrentam custos elevados para mitigar os efeitos da desertificação e da seca, incluindo investimentos em infraestrutura hídrica e programas de assistência.
- Impactos no Turismo: A degradação ambiental pode afetar negativamente o turismo, especialmente em áreas que dependem de ecossistemas saudáveis para atrair visitantes.
Respostas e Soluções:
Para mitigar os impactos da desertificação e da seca, podem ser implementadas várias estratégias:
Utilização Sustentável da Terra: Adoção de práticas agrícolas sustentáveis, como rotação de culturas, agroflorestação e conservação do solo.
Reflorestamento: Plantio de árvores e restauração de vegetação para melhorar a retenção de água e reduzir a erosão.
Tecnologias de Irrigação Eficientes: Uso de sistemas de irrigação que economizam água.
Políticas e Regulamentações: Desenvolvimento de políticas que promovam a gestão sustentável dos recursos naturais e protejam os ecossistemas vulneráveis.
Educação e Conscientização: Campanhas de conscientização para educar as comunidades sobre práticas sustentáveis e os impactos da desertificação e da seca.
A colaboração global e local é essencial para abordar esses desafios e promover um futuro mais sustentável e resiliente.
Fontes: Eurocid, Turismo Protugal, UNCCD, LANDac, ICNF.
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